31 maio, 2010
13 maio, 2010
Vovô Raul Cilento
Ontem faleceu após 1 mês de seu aniversário de 88 anos, o meu último avô: Raul Cilento.
Amante do tênis, dedicou toda sua vida ao esporte.
Foi um homem de grande coração, querido por todos, principalmente pelas mulheres...
Sempre bem humorado, galante e cheiroso o Sr. Raul era um homem de um bom coração. Nunca o vi bravo ou nervoso. Nunca levantou a voz. Era pacífico e feliz.
Adorava andar. Andava na pista do clube, andava na praia todos os dias, jogava tênis.
Ele era vaidoso. Fazia as unhas, pintava, estava sempre alinhado.
Ele foi meu primeiro chefe, quem me deu a oportunidade de entrar no mercado de trabalho. Trabalhei com ele na FPT por 2 anos. Ele era muito querido na federação paulista de tênis, onde trabalhou durante muito tempo, sendo presidente por 8
anos.
Todos os dias quando chegava na federação ia de mesa em mesa e cumprimentava um a um. Todos os dias.
Construiu a sede da federação na Abilio Soares, um sonho antigo. A sede ficou linda. E ele mito orgulhoso. Ele adorava trabalhar lá. Trabalhou até seus 80 anos.
Ele com certeza foi o melhor presidente de todos, contrariando a oposição que queria vê-lo bem longe de sua paixão.Alguns achavam que ele era velho demais e que tinha que haver uma renovação no tênis. Mas o que não lhe faltava era vigor e disposição.
Sempre lúcido, adorava contar as histórias da infância de meu pai. Contava as histórias rindo.
Por muitos anos eu senti um pouco de rancor e distanciamento de meu avô por ter trocado minha avó querida por outra mulher. Via minha avó sofrendo e não entendia o porque dele ter feito o que fez.
Hoje, apesar de sentir pela minha avó, entendo que ele apenas seguiu seu coração. E foi muito feliz ao lado da Marina, de quem tanto amava.
Algumas coisas que vou sempre lembrar:
- seu cheirinho muito gostoso de lavanda;
- suas camisas abertas no peito... Eu achava engraçado... Tinha vontade de fechar um botão;
- na sua casa, no período do Natal, tinha um tapete que quando você pisava falava Hohoho Merry Christmas;
- a viagem da família toda a Santos, quando ficamos todos num hotel na páscoa de 98;
- as festas da fim de ano da federação que você organizava com tanto carinho
- quando você ia pegar eu e meu irmão em casa, toda terça e quinta e levava a gente no clube;
- Sua rádio sempre sintonizada na Escalla FM fazia meu irmão babar no caminho do clube;
- a brincadeira de contar quantas lombadas tinham até o clube;
- os natais em santos, na sua casa;
- sua mania de falar "compreende"
São muitas lembranças boas.
Ele vai deixar saudade.
Até mais vô.
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